terça-feira, 23 de novembro de 2010

A essência da igreja.


A essência da igreja: a missao de Cristo e
a nossa missao.

"Eu acredito em seu Cristo mas nao acredito em seu cristianismo" é uma conhecida frase de Ghandi. A essência da igreja consiste em "andar como Jesus andou" (1 Jo 2:6). "E o amor é este: que andemos segun­do os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o principio, é que andeis nesse amor". (2Jo 6). Nossa mensagem se torna insignificante se o que vivemos é diferente do que pregamos. O povo de Deus deve andar como Jesus andou. Neste estudo, veremos trés perspectivas nos quais Jesus andou.

Jesus andou na práxis do amor

Podemos encontrar basicamente quatro reco­mendaqóes na praxis do amor de Jesus: 1. Ame seus inimigos (Mt 5.44); 2. Ame o seu vizinho (Mt 19.19); 3. Ame o Senhor seu Deus (Mt 22.37); 4. Amem uns aos outros (Jo 12.24). Estos sao os mandamentos de Jesus. Jesus disse: "Se me amais, guardareis os meus manda­mentos" (Jo 14.15) e: "Aquele que tem os meus manda­mentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14.21). Nós temos uma gran­de segurança com relaçao ao amor de Jesus: "Como o pai me amou, assim também eu vos amei permanecei no meu amor" (Jo 15.9). Paulo foi tao compromissado com Cristo, que disse: "O amorde Cristo nos constrange" (2Co 5.14). Paulo compreendeu que a práxis deve ser realizada em e através do amor:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos an­jos, se náo tiver amor, seria como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. inda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciéncia: ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se náo tiver amor, nada serei. ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se nao tiver amor, nada disso me apro­veitará (ICo 13.1-3).
A práxis de Jesus é a práxis do amor. O amor é a revelaçao da verdade. Neste sentido, as palavras de Jesus sao profundas quando diz que “nisto conheceráo que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos ou­tros" (Jo 13.35). Todos, homens e mulheres, "conhece­rao"  que somos discípulos de Jesus através da práxis mútua do amor.
 Jesus andou na práxis de servo
Uma das declaraçoes mais extraordinárias na Bíblia que Deus fez em relaçao a Jesus é esta: "Eis aquí o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a mi­nha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espirito, e ele anunciará juízo aos gentios" (Mt 12.18). Jesus, como Filho do Homem, foi escolhido em amor para anunciar juízo aos gentíos”. Ele é a proclamaçao de Deus, sendo ele mesmo as "boas novas". Deus apresentou seu filho ao mundo como "meu servo". Avida e ministério de Jesus sao coerentes com o seu chamado. Se Deus cha­mou seu Filho de "meu servo", conseqüentemente,  "o Filho do Homem nao veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.18). Ele é o "servo sofredor" (Is 53). Jesus desenvolveu seu minis­tério baseado na práxis do serviço. De acordo com a narrativa de Lucas, o serviço de Jesus possuía basica­mente, cinco direçoes- 1. Ele pregou as boas novas para o pobre; 2. Ele proclamou libertaçao aos cativos; 3. Ele restaurou a vista aos cegos; 4. Ele libertou os oprimidos; 5. Ele proclamou o ano aceitável do Senhor (Lc 4.18,19). Jesus, durante todo o seu ministério, sempre esteve cer­cado de pobres, prisioneiros, cegos, oprimidos e os menos favorecidos. Jesus desenvolveu, como servo, a práxis do serviço de forma "inclusiva". Costas disse:
Portanto, ele direciona sua missao áqueles que de­monstram a tragédia do pecado de uma forma mais gráfica: o pobre – aquele que náo possui coisa algu­ma nem ninguém que possa ajudá-lo em suas ne­cessidades,- o cativo – aquele cuja liberdade foi muti­lada; - o cego – aquele que está impossibilitado física­mente de apreciar e contemplar as boas coisas da criaçao; o oprimido – aquele que tem sido escraviza­do e domesticado por outro ser humano. Em açao e em palavras, Jesus proclamou para todos estes o ano do Jubileu, a libertaçao da história (cf. Lc 4.18,19) (1982b:45).
Jesus andou na práxis da compaixao 
O terceiro aspecto da práxis de Jesus é a com­paixao. Compaixao é muito mais que um sentimento; compaixáo é a prática de um coraçao cheio de miseri­córdia e justiça. Nós (como igreja e discípulos de Jesus) corremos o risco de desenvolver nossos ministérios sem compaixao se nao levarmos em consideraçao, a definiçao  acima, porque é possível servir sem compaixao. O serviço se transforma meramente em uma tarefa. Jesus teve varias expressoes de compaixao em seu ministério. Um día, "chamando Jesus os seu discípulos, disse: te­nho compaixao desta gente; porque há trés días que permanece comigo e nao tem o que comer; e nao quero despedí-la em jejum, para que nao desfaleça pelo cami­nho" (Mt 15.32). Compaixao é práxis.
Se a igreja deseja desenvolver uma açao pas­toral na cidade, a compaixáo se faz necessária. Indiferença, anonimato, animosidade e severidade sao algu­mas características negativas da vida na cidade. Uma das cenas mais belas da Bíblia, ao meu ver, é guando Jesus encontra um homem que havia sido inválido e vivendo sem esperança por trinta e oito anos (Jo 5.1-15). Trin­ta e oito anos é um tempo muito longo. Este homem, um inválido, representa de certa forma milhoes e milhoes de pessoas neste mundo que nao tem acesso a saúde, edu­caçao, moradia e alimentaçao. Nós vemos, nos días de hoje, a negligência a milhoes de pessoas que nao pas­sam de "inválidas", pessoas doentes, descartadas pela sociedade. O lugar da cena acima descrita era Betesta, que significa "casa de misericórdia". A igreja debe ser uma "casa de misericórdia" para aqueles que estao so­frendo, sem esperança neste mundo. Seguindo o exem­plo de Jesus, a igreja é também chamada a desenvolver esta mesma atitude de Cristo, que disse: "Tenho compai­xáo desta gente" (Mt 15.32).
Nós vimos neste estudo que Cristo é o funda­dor da igreja, e conseqüentemente, a igreja pertence a ele, pois ele mesmo morreu na cruz por ela. Por isso, a igreja é chamada a andar (práxis) como Jesus andou, um andar em amor, serviço e em compaixáo. A igreja preservará a sua missao na cidade se viver e agir desta maneira.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog. Já estou seguindo.

    Aproveito para lhe convidar a conhecer o meu blog, e se desejar também segui-lo, será uma honra.

    www.hermesfernandes.com

    Juntos pelo Reino!

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  2. Meu caro AMIGO, a paz do Senhor! Estou muito feliz com esse texto, o primeiro parágrafo só confirma uma coisa que tenho na cabeça. "Devemos ser igreja de domingo a domingo em todos os lugares onde formos".

    Um grande abraço e que Deus continue abençoando a todos vocês na missão! É um ato nobre viver para salvar almas em outro país.

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